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Em workshop, profissionais apontam caminhos para que pacientes possam tirar melhor proveito dos medicamentos orais

Participantes do Workshop sobre Antineoplásicos orais 2018.

“Esse workshop de farmácia clínica de antineoplásicos orais é importante porque o Brasil vive um paradoxo”. Com essa afirmação o oncologista Antonio Buzaid deu início ao evento sobre o tema, realizado pelo Instituto Vencer o Câncer, do qual o médico é um dos fundadores. Buzaid referiu-se ao fato de as medicações orais contra o câncer serem aprovadas no país, mas as seguradoras só serem obrigadas a oferecer aos pacientes após a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que se reúne a cada dois anos, inserir em seu Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. “Todo mundo faz um grande esforço para ter remédios orais, é muito mais simples, muito mais fácil de acondicionar do que os injetáveis. O mundo inteiro está indo para o oral, mas a barreira é mantida”, concluiu o oncologista.

O Workshop Farmácia Clínica: Antineoplásicos Orais reuniu diversos agentes de saúde no Hotel Meliã, no dia 22, e contou com palestras de Dulce Couto, farmacêutica do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Mario Jorge Sobreira da Silva, Diretor de Desenvolvimento Técnico-Científico da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (Sobrafo), e a enfermeira Veronica Torel de Moura, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Eles explicaram especialmente as principais dificuldades de adesão dos pacientes aos tratamentos devido à falta de informação, orientação e acompanhamento, com o recebimento dos medicamentos diretamente nas residências.

“As operadoras de saúde muitas vezes têm encaminhado o medicamento para o domicílio sem que haja nenhum tipo de acompanhamento, nenhum tipo de orientação de profissionais farmacêuticos. Isso traz dificuldades, pela ausência de informações que esse paciente necessita para fazer o uso correto mais adequado”, avisou Mario Jorge.

A necessidade de preparar o paciente para esse formato de tratamento foi destacada por Dulce Couto: “O paciente precisa ter conhecimento suficiente para tomar o medicamento adequadamente, para autogerenciar o seu tratamento. O que a gente deve fazer na hora de entregar esse medicamento, a dispensação, é também desenvolver essa habilidade no paciente, para que ele possa ter a adesão necessária e tomar os medicamentos da forma adequada e conseguir assim atingir os melhores resultados”.

Para Veronica Torel, um dos desafios do profissional de saúde é mesmo sem estar presencialmente no momento em que o paciente fará uso do medicamento, como acontece na forma injetável, prestar suporte e fazer o seguimento do tratamento. “Precisamos personalizar a medicação de acordo com o paciente, para que se adapte aos seus hábitos de vida, orientar como armazenar e fazer uso, avaliar interações e manejar eventos adversos, para que não impactem na eficácia dos medicamentos nem na adesão ao tratamento”.

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