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Conheça 9 fatos sobre a colostomia

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colostomia é um tipo de estomia de eliminação intestinal, que pode ser parte do tratamento de um câncer de intestino, por exemplo. Como enfermeira estomaterapeuta, atuo no ensino e cuidado de pessoas com estomias há mais de 30 anos. Trago para vocês um pouquinho sobre este tema tão pouco falado, mas tão presente no dia a dia de muitas pessoas no Brasil e no mundo.

Colostomia – o que é isso?

Colostomia é uma comunicação da parte do intestino denominada cólon para o meio externo. É parte do tratamento cirúrgico de alguns problemas de saúde como, por exemplo, o câncer do intestino, em especial o câncer de reto baixo. Mas pode ocorrer também em outras enfermidades, como doenças inflamatórias crônicas intestinais, diverticulite, megacolon. Também pode fazer parte do tratamento de situações de traumas que demandam a necessidade da confecção de uma estomia, que é um procedimento cirúrgico realizado para criar uma comunicação entre um órgão ou segmento do corpo e o meio externo, de maneira definitiva ou provisória. Por vezes é necessário exteriorizar o intestino delgado e, quando esta situação ocorre, geralmente é realizada uma ileostomia, ou seja, uma porção do íleo, que é a parte do intestino delgado, é exteriorizada.

Toda pessoa que tem uma colostomia usa bolsa coletora?

Praticamente todas as pessoas que estão com uma colostomia precisam utilizar algum tipo de equipamento coletor para receber o efluente intestinal, ou seja, as fezes. Pessoas com colostomia terminal à esquerda podem ser beneficiadas com métodos de controle intestinal, como a irrigação e o uso do oclusor intestinal. São métodos úteis e eficazes para o controle das eliminações e favorecem muito o retorno às atividades da vida diária.

Converse com médico ou com o enfermeiro estomaterapeuta e solicite orientações mais detalhadas.

Estas são algumas das perguntas mais frequentes:

  • Os equipamentos coletores disponíveis no mercado me darão segurança e conforto?

Certamente!! Hoje a tecnologia para o cuidado da pessoa com estomia evoluiu muito e temos disponíveis no mercado uma gama bem grande de excelentes produtos que, quando indicados por profissionais capacitados, proporcionam segurança e conforto.

  • Preciso pagar para ter acesso a esses produtos?

Não, esses materiais estão disponíveis nas unidades de atenção à pessoa com estomia. Em todo o Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) distribui os equipamentos e presta assistência às pessoas com estomia. Este direito está garantido pela Portaria 400, do Ministério da Saúde.

Os planos de saúde também oferecem esses equipamentos aos pacientes, por determinação da  Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Procure seus direitos sempre!

  • Qual o profissional mais qualificado para me ensinar os cuidados com a colostomia?

O profissional mais qualificado é o enfermeiro especialista em Estomaterapia. Ele pode auxiliar com todos os processos e dúvidas referente ao autocuidado, a possíveis complicações, à indicação dos equipamentos e produtos necessários, bem como fazer os encaminhamentos durante o período no qual a pessoa estiver com a colostomia.

  • Colostomia é para sempre?

Às vezes sim, às vezes não. Esta resposta depende da causa que demandou a confecção da estomia. A colostomia pode ser temporária, como parte do tratamento cirúrgico, especialmente para proteção de anastomoses, que são suturas no intestino, ou definitivas.

  • Vou poder voltar a trabalhar?

Sim, com certeza. Após o período de adaptação à nova condição, é possível retomar as atividades profissionais. Talvez seja necessário adequar algumas atividades, caso elas demandem muito esforço físico. Mas o retorno ao trabalho é muito importante e faz muito bem.

  • Vou poder praticar exercícios físicos?

Sim, os exercícios são essenciais para mantermos a saúde física e a saúde emocional. A recomendação é retomar as atividades após liberação médica preferencialmente com orientação de um profissional de educação física.

  • Como será a vida sexual?

A maioria das pessoas não tem nenhuma dificuldade de ordem física para o retorno à vida sexual. É importante que o(a) parceiro(a) participe do processo de reestabelecimento para gradativamente retomar as atividades sexuais. O diálogo é muito importante. A adequação de estratégias simples como a troca do equipamento antes do ato sexual, enrolar a bolsa e prendê-la para diminuir o ruído, por exemplo, são recursos simples e baratos que favorecem a atividade sexual.  O fundamental conversar bastante com os profissionais que prestam assistência, tirar dúvidas e preocupações e, principalmente, compartilhar com o(a) parceiro(a).

Carinho e diálogo tornam tudo mais simples e fácil.

Professora Dra. Maria Angela Boccara de Paula

Enfermeira estomaterapeuta TiSobest

Editora da Revista Estima

Professor Doutor do Departamento de Enfermagem e Nutrição

Docente do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Humano

Universidade de Taubaté

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