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Dúvidas comuns sobre cabelo e quimioterapia

A queda do cabelo durante o tratamento quimioterápico é um dos tópicos que mais gera dúvida e ansiedade nos pacientes.  Existem alguns tipos de drogas que favorecem a queda, denominadas antracíclicos e taxanos. Alguns tipos de câncer, como os de mama e os linfomas acabam utilizando esse tipo de fármaco, mas os esquemas podem variar muito, então não é certo que o tratamento desses tumores necessariamente irá provocar queda. O recomendado é perguntar ao oncologista antes de iniciar o tratamento para que não haja nenhuma dúvida.

Para esclarecer mais sobre essa questão, conversamos com dois oncologistas, o dr. André Mattar, mastologista do Hospital Pérola Byington, e a dra. Cristina Abdalla, do departamento de oncologia do Hospital Sírio-Libanês, que falaram sobre essa questão que aflige muitos pacientes

– É possível evitar a queda de cabelos durante o tratamento quimioterápico?

Em alguns casos, sim. Atualmente, já existe no Brasil uma tecnologia que faz uso do frio. O paciente coloca uma touca gelada na cabeça durante as sessões de químio, o que diminui o fluxo de sangue na região. Com isso, a quantidade de medicação que chega até a raiz do cabelo é menor, preservando as células germinativas do couro cabeludo. A taxa de sucesso varia entre 60% a 100%. Entretanto, como toda tecnologia, ela está restrita aos grandes centros de referência em oncologia, que são, infelizmente, privados.

Dessa maneira, restam poucas alternativas ao paciente para evitar a queda. “O cabelo começa cair, normalmente, no início do segundo ciclo, ou seja, depois de 14 a 21 dias de tratamento. Ele vai percebendo essa queda durante o banho, ao acordar e também quando se penteia. Eu sempre sugiro aos meus pacientes que é melhor raspar o quanto antes, porque esse processo pode gerar muita angústia e ansiedade”, diz Mattar.

Veja também: Touca gelada evita queda de cabelo durante a químio

– Existe algo que se possa fazer para “acelerar” o crescimento do cabelo após o término do tratamento?

Acelerar, não, porque depende muito se o seu cabelo já costumava crescer rápido ou de uma maneira mais lenta. O normal é que em aproximadamente 40 dias os primeiros fios comecem a aparecer. Entretanto, em alguns pacientes demora bem mais ou o cabelo começa a nascer com falhas. Nesses casos, geralmente se encaminha o paciente para um dermatologista especializado que pode indicar o uso de tonalizantes específicos.

A dra. Abdalla dá uma dica para o pós-tratamento. “Você pode estimular o crescimento fazendo massagens com algum óleo diariamente na região do couro cabeludo, e sempre proteger a cabeça com protetor solar, chapéus ou lenços.”

– Por que o cabelo nasce diferente depois da químio?

Porque a quimioterapia altera as células germinativas do couro de forma que elas acabam morrendo. Quando os fios voltam a crescer, eles crescem em ciclos diferentes, primeiro mais grossos, depois mais finos, o que deixa o cabelo desigual. Além disso, também ocorre uma redução da espessura da fibra capilar. Por isso, é normal o cabelo ficar mais ondulado e um pouco mais frágil no início. Também é bastante comum nascerem alguns fios grisalhos.

Mas calma, que a tendência é normalizar. Porém, durante o período em que você notar que o cabelo ainda não é da mesma forma que antes, é importante tomar certos cuidados. “Nesse período, a dica é utilizar shampoos neutros (aqueles para crianças também são indicados) e não fazer nenhum tipo de química no cabelo (como tingir, fazer progressiva, permanente, luzes ou relaxamento) por um período de três meses”, orienta a dra. Abdalla.

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