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Meninos adolescentes obesos podem ter maior risco de câncer colorretal

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Estudos têm mostrado que a obesidade em adultos aumenta o risco de câncer colorretal. Uma nova pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Harvard e da Suécia procurou avaliar se a obesidade em meninos no final da adolescência pode contribui para o surgimento de câncer colorretal na idade adulta.

Os resultados indicam que homens que estavam com sobrepeso ou obesos quando tinham entre 16 e 20 anos são mais propensos a desenvolver a doença aos 50 anos em comparação com os rapazes que estavam com o peso normal. “Hoje já se sabe que muitas doenças têm o seu início na infância ou adolescência. E muitos hábitos maléficos adquiridos nesta etapa da vida podem fazer a diferença entre saúde e doença na idade adulta”, explica a oncologista Renata D’Alpino, do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes.

Os cientistas investigaram quase 240 mil homens que realizaram exames de alistamento militar obrigatório no final da adolescência, entre 1969 e 1976. Eles tiveram o índice de massa corporal (IMC) avaliado no início do estudo, além de um teste ESR (taxa de sedimentação de eritrócitos), que avalia o nível de inflamação no corpo e pode mostrar predisposição a certas doenças.

Os resultados publicados no periódico “Gut”, do grupo British Medical Journal, mostraram que em 35 anos de acompanhamento (até janeiro de 2010), 885 dos homens desenvolveram câncer colorretal, sendo 501 casos de câncer de cólon e 384 de câncer retal. Comparado com meninos com peso normal (IMC de 18,5 a <25 kg/m2) no final da adolescência, o excesso de peso (IMC de 27,5 a <30 kg/m2) foi associado com um risco 2,08 vezes maior risco de câncer colorretal. A obesidade (IMC 30 + kg/m2) foi associada a um risco 2,38 vezes maior.

Mais pesquisas são necessárias, mas os resultados sugerem uma associação graduada entre inflamação na adolescência e câncer colorretal, e uma associação ainda mais forte entre o IMC de adolescentes e o risco da doença.

Para a especialista, a principal mensagem do estudo é a necessidade de estimular nossos jovens a adotarem estilos de vida mais saudáveis, com dieta balanceada e atividade física. “Poderíamos, com isso, não apenas prevenir alguns tipos de câncer, mas também diminuir o risco de doenças cardiovasculares, depressão e baixa autoestima”, finaliza.

Sobre o câncer colorretal

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa de novos casos em 2014 era de 32.600 novos casos. O câncer colorretal compreende tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente. Grande parte desses tumores se inicia a partir de lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. A detecção e remoção dos pólipos antes de se tornarem malignos pode prevenir o aparecimento dos tumores.

Referência: https://gut.bmj.com/content/early/2015/04/28/gutjnl-2014-309007.abstract

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