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Por que Angelina Jolie agora retirou os ovários?

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Dois anos após passar por uma mastectomia dupla, a atriz norte-americana Angelina Jolie anunciou esta semana que fez uma cirurgia para a retirada dos ovários e das trompas de Falópio. Segundo o artigo publicado pela atriz no jornal The New York Times, a medida foi tomada como prevenção de um câncer, enfermidade que matou sua mãe, avó e tia.

A mastectomia da atriz, na época, provocou uma corrida de mulheres aflitas aos consultórios

É importante reforçar que tal decisão foi como profilaxia, já que ela não tinha câncer de ovário, mas por conta de algumas mutações genéticas, o risco de ela ter a doença no futuro aumentava em 40%. A cirurgia, porém, só tem indicação após testes que podem identificar mutações específicas, ou seja: não são todas as mulheres que devem passar pelo mesmo procedimento.

Segundo a geneticista e diretora de Oncogenética do A.C.Camargo Cancer Center, Maria Isabel Achatz, quando a mulher tem alterações nos genes BRCA1 e BRCA2 (ambos responsáveis por codificar proteínas de supressão tumoral, que previnem o crescimento e proliferação de células cancerígenas), o risco de de ela desenvolver câncer de mama, por exemplo, pode chegar a 80%. Mutações nos mesmos genes podem aumentar também o risco de câncer de ovário em 15 a 40%.

A oncogeneticista acrescenta ainda que a Salpingooforectomia profilática (retirada preventiva dos ovários e trompas) pode ser uma indicação nesses casos. “Não há um método de rastreamento eficaz para câncer de ovário que permita diagnosticar a doença em fase inicial, diferente do que ocorre com o câncer de mama, que pode ser diagnosticado em mulheres de alto risco com a ressonância e a mamografia.” [relacionados]

A idade recomendada para retirar os ovários, para quem passou por testes que indiquem esse procedimento, é de 35 anos para BRCA1 e de 40 anos para BRCA2. Como consequência do procedimento, a atriz entrou em menopausa precoce e poderá também perder a libido, já que ela deixa de produzir hormônios femininos que são fabricados nos ovários.

Ciro Martinhago, doutor em medicina reprodutiva e diretor do laboratório de análises genéticas Chromossome, em São Paulo, enfatiza que somente de 5 a 8% dos cânceres de mama e ovário são hereditários. Nesses casos específicos, pode ser indicado como forma de prevenção a realização de um teste genético para análise dos genes BRCA1 e BRCA2. “Atualmente, o valor desse teste é de aproximadamente R$3.500,00, menos da metade do valor que era em 2013. O teste também é coberto pelos planos de saúde, quando são solicitados por um médico geneticista, mas o SUS ainda não disponibiliza”.

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