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Proteção solar evita o melanoma

Uma das mais respeitadas publicações científicas da atualidade confirma o que já se previa e mostra que prevenir o câncer de pele é sempre melhor que remediar. A maioria absoluta dos melanomas é provocada pela exposição solar – cerca de 90% dos casos –, o que faz valer o alerta da prevenção.

Nos Estados Unidos, o câncer de pele é hoje o tipo mais comumente diagnosticado, com cerca de 5 milhões de pessoas tratadas a cada ano. Na Alemanha, o Federal Statistics Bureau informou que o tratamento para o câncer de pele foi o que mais aumentou, acima da média de qualquer outro tipo câncer.

A corrida para o tratamento do melanoma também se explica pela chegada de novos e promissores agentes terapêuticos. Hoje, modernos imunomoduladores e a chamada geração de drogas-alvo mudaram o panorama da doença avançada, mas o melanoma continua como um câncer grave e o prognóstico de longo prazo preocupa.

Metas para a prevenção

Em um relatório que incentiva a pensar o câncer de pele como um grande problema de saúde pública, o Surgeon General dos Estados Unidos acaba de estabelecer cinco metas para prevenir o melanoma: aumentar as oportunidades para a proteção do sol em ambientes ao ar livre; fornecer informação sobre a prevenção para estimular hábitos saudáveis; incentivar políticas que atendam metas nacionais e reforçar a investigação, vigilância, monitoramento e avaliação do câncer de pele. O documento também aponta a necessidade de reduzir nos Estados Unidos os danos provocados pelo bronzeamento artificial, prática proibida no Brasil.

Para o oncologista brasileiro Antonio Carlos Buzaid, diretor-geral do COAEM (Centro Oncológico Antonio Ermírio de Moraes), mesmo com as novas armas para o controle da doença, todos os esforços devem ser concentrados na prevenção. “Os hábitos de vida interferem no câncer e a exposição ao sol é sabidamente fator de risco para o desenvolvimento do melanoma”.

A professora Adriana Kieffer Ferreira Van Deursen adota em casa a receita da prevenção, depois de viver o problema na pele — sem força de expressão. Ela recebeu o diagnóstico de melanoma em 2001, aos 39 anos. “Era uma pinta no braço, operei, e durante nove anos fiquei sem sinal nenhum da doença, apenas em controle regular. Mas em 2010, o câncer voltou, e dessa vez veio em vários pontos, inclusive no cérebro”, conta.

Era o momento de iniciar uma nova batalha, agora para enfrentar a doença metastática, ainda mais agressiva que da primeira vez. “Fiz nova cirurgia, tomei interferon, fiz bioquimioterapia, interleucina em altas doses, mas nenhum desses tratamentos funcionou. Aí chegou o ‘ipi’ e era abril de 2011”, descreve ela, numa referência ao ipilimumabe, a imunoterapia que fez desaparecer a doença. “Estou zerada”, diz Adriana. “O remédio veio em um programa de Acesso Expandido e apenas 2% dos pacientes tiveram resposta completa. Um deles fui eu!”, comemora.

Há 35 anos, ela incorporou na prática diária os cuidados com a prevenção. Eram tempos em que a mensagem de se proteger do sol começava a ganhar espaço. Os filhos já cresceram na geração que previne os efeitos tardios da queimadura solar e têm até roupa confeccionada em tecido protetor. Mas nem sempre foi assim.“Lembro das férias de verão. Eram dois meses no Guarujá e a regra era molhar a cabeça e hidratar, mas não se falava do filtro solar, não fazia parte da cultura naquele tempo”, recorda.

Agora os tempos são outros, mas muita gente ainda descuida da proteção.

O câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente em ambos os sexos no Brasil. Embora o melanoma seja o menos incidente, com cerca de 4% do total, é sabidamente o mais grave e representa mais de 79% das mortes por câncer de pele. O melanoma cutâneo é a neoplasia maligna que apresenta maior crescimento entre os brasileiros na última década, daí vem a importância de não esquecer dos cuidados básicos de prevenção, mesmo no dia a dia, fora da praia.

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